top of page
  • Ver página da Literatura Secreta no Facebook

Alberto Carvalho — Narrador para quem ainda escuta as palavras

O espaço de Alberto Carvalho, crónicas, contos e reflexões para quem lê devagar

Escrito devagar, como quem abre um caderno ao fim da tarde

Começar é sempre uma espécie de traição ao silêncio.


Estive muito tempo a não escrever aqui.


Não por falta de palavras, mas porque não sabia se este lugar pedia voz ou apenas presença.


Talvez o mundo esteja cheio de páginas, mas ainda falte um caderno.


Um caderno onde o tempo entre devagar, sem anúncios nem alertas.


Onde as palavras não sirvam para ensinar, mas para fazer companhia.


Escrevo isto como quem desenha o primeiro risco num papel novo — sabendo que pode não ser o mais bonito, nem o mais certo.


Mas é o primeiro.


E o primeiro, às vezes, é apenas isso: o gesto de alguém que pousa a mão e começa.


Não sei quem há-de vir.


Nem sei se vêm.


Mas quem vier, leia como se fosse para si.


Porque foi.


AC

Caderno fechado sobre uma mesa antiga, iluminado por luz suave.
Caderno fechado sobre uma mesa antiga, iluminado por luz suave

Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
bottom of page