Segunda Margem
- Alberto Carvalho - Narrador

- 30 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 31 de jul.
FAQ – Segunda Margem
Há perguntas que não nascem por dúvida, mas por companhia.
São aquelas que se fazem a quem escreve de forma diferente — como quem bate à porta, e não toca à campainha.
Aqui ficam algumas dessas perguntas. Mais íntimas, mais lentas.
São sobre o nome, o tom, o tempo, e o gesto. E nenhuma delas exige pressa.
Há textos que não entendo à primeira. Isso é normal?
É. Nem tudo foi escrito para ser decifrado no instante. Alguns textos são como cartas esquecidas numa gaveta — só revelam o que trazem quando o leitor está pronto. E às vezes, é o não entender que nos faz voltar a ler.
Porque é que o Caderno parece falar comigo, mesmo sem me conhecer?
Porque foi feito para isso. Cada texto foi escrito como se tivesse um destinatário secreto. Se o encontrou, talvez seja porque o era.
O que acontece aos textos que não são publicados?
Ficam em silêncio. À espera. Às vezes voltam com outra forma. Outras vezes, não voltam — mas ensinaram quem os escreveu. Porque nem tudo o que se escreve precisa de ser dito. Há palavras que só querem existir.
Porque se chama “Caderno”?
Porque é onde se escreve com margem. Onde cabem as rasuras, os parágrafos interrompidos, os segredos não entregues. Um caderno é mais íntimo do que um livro, menos solene que um jornal — e, por isso mesmo, mais verdadeiro.
O Caderno tem datas fixas de publicação?
Não. Publica-se quando há algo que precise de ser dito. Às vezes, o silêncio também faz parte do que se escreve.
Posso comentar os textos?
Sim. Desde há pouco tempo, o Caderno permite comentários. Há uma caixa de diálogo — discreta — para quem quiser acrescentar silêncio com palavras.
Há textos que não entendo à primeira. Isso é normal?
É. Nem tudo foi escrito para ser decifrado no instante. Alguns textos são como cartas esquecidas numa gaveta — só revelam o que trazem quando o leitor está pronto. E às vezes, é o não-entender que nos faz voltar a ler.
Estas respostas continuam outras, escritas com a mesma margem.
Porque é que o Caderno parece falar comigo, mesmo sem me conhecer?
Porque foi feito para isso. Cada texto foi escrito como se tivesse um destinatário secreto. Se o encontrou, talvez seja porque o era.
O que acontece aos textos que não são publicados?
Ficam em silêncio. À espera. Às vezes voltam com outra forma. Outras vezes, não voltam — mas ensinaram quem os escreveu. Porque nem tudo o que se escreve precisa de ser dito. Há palavras que só querem existir.
Estas perguntas não fecham a porta. Deixam-na apenas entreaberta.
Se houver mais silêncio, ou mais vontade, escreva-nos.
No fundo, o Caderno é também isso: uma página à espera de ser lida — e respondida.




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